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Foto do escritorVictor Oliveira

Pagamento do 13º salário injetará R$ 233 bilhões na economia do país, calcula Dieese

O pagamento do 13º salário poderá injetar na economia brasileira cerca de R$ 232,6 bilhões, segundo estimativas do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos



Socioeconômicos (Dieese). Este montante representa 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. O valor é pago aos trabalhadores do mercado formal, inclusive aos empregados domésticos; aos beneficiários da Previdência Social e aos aposentados e beneficiários de pensão da União e dos estados e municípios. Cerca de 83 milhões de brasileiros serão beneficiados com um rendimento adicional médio de R$ 2.539.


Para o cálculo do pagamento do 13º salário em 2021, foram reunidos dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) e do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), ambos do Ministério do Trabalho e Previdência. De acordo com a entidade, o cálculo considera o montante total do valor recebido pelos beneficiários do INSS, independentemente do volume de recursos que já tenha sido pago no adiantamento feito este ano pelo governo.


Para o cálculo do impacto do pagamento do 13º salário, o Dieese não leva em conta autônomos, assalariados sem carteira ou trabalhadores com outras formas de inserção no mercado de trabalho que, eventualmente, recebem algum tipo de abono de fim de ano, uma vez que não há dados disponíveis sobre esses proventos.

Além disso, não há distinção dos casos de categorias que recebem parte do 13º antecipadamente, conforme definido, por exemplo, em acordo coletivo de trabalho (ACT) ou convenção coletiva de trabalho (CCT).


As estimativas projetam do volume total de 13º salário que entrará na economia ao longo do ano, e não necessariamente nos dois últimos meses de 2021, embora a maior parte do valor deverá ser paga no fim do ano.


Dos cerca de 83 milhões de brasileiros que devem ser beneficiados com o pagamento do 13º salário, 51 milhões, ou 61% do total, são trabalhadores no mercado formal, entre eles, os empregados domésticos com carteira de trabalho assinada, que somam 1,3 milhão, equivalendo a 1,6% do conjunto de beneficiários.


Os aposentados ou pensionistas da Previdência Social (INSS) correspondem a 32,3 milhões, ou 38,7% do total. Além desses, aproximadamente um milhão de pessoas (ou 1,3% do total) são aposentadas e beneficiárias de pensão da União (Regime Próprio).



Há ainda um grupo constituído por aposentados e pensionistas dos estados e municípios (regimes próprios) que vai receber o 13º e que não pôde ser quantificado.


Do montante a ser pago como 13º, aproximadamente R$ 155,6 bilhões, ou 66,9% do total, vão para os empregados formais, incluindo os trabalhadores domésticos. Outros 33,1% dos R$ 233 bilhões, ou seja, cerca de R$ 77 bilhões, serão pagos aos aposentados e pensionistas.


Considerando apenas os beneficiários do INSS, 31,3 milhões de pessoas receberão R$ 45,4 bilhões. Aos aposentados e pensionistas da União serão destinados R$ 11 bilhões (4,7%); aos aposentados e pensionistas dos estados, R$ 15,8 bilhões (6,8%); e aos aposentados e pensionistas dos regimes próprios dos municípios, R$ 4,7 bilhões.



Distribuição por região

A parcela mais expressiva do 13º salário (49,3%) deve ser paga nos estados do Sudeste, região com a maior capacidade econômica do país e que concentra a maioria dos empregos formais e aposentados e pensionistas.


No Sul, devem ser pagos 17,2% do montante e no Nordeste, 15,4%. Já às regiões Centro-Oeste e Norte cabem, respectivamente, 8,5% e 4,8%.


É importante registrar que os beneficiários do Regime Próprio da União receberão 4,7% do montante e podem estar em qualquer região do país.


O maior valor médio para o 13º deve ser pago no Distrito Federal (R$ 4.541), e o menor, no Maranhão e Piauí (R$ 1.691 e R$ 1.729, respectivamente). Essas médias, entretanto, não incluem o pessoal aposentado pelo Regime Próprio dos estados e dos municípios, pois não foi possível obter esses dados.



Estimativa para o mercado formal

Para os assalariados formais dos setores público e privado, que correspondem a 49,8 milhões de trabalhadores, excluídos os empregados domésticos, a estimativa é de que R$ 154 bilhões serão pagos a título de 13º salário, até o fim do ano.


A maior parcela do montante a ser distribuído caberá aos ocupados no setor de serviços (incluindo administração pública), que ficarão com 63,1% do total destinado ao mercado formal; os empregados da indústria receberão 17,3%; os comerciários terão 13,4%; e aos que trabalham na construção civil será pago o correspondente a 3,1%, mesmo percentual a ser recebido pelos trabalhadores da agropecuária.


Em termos médios, o valor do 13º salário do setor formal corresponde a R$ 3.087. A maior média deve ser paga aos trabalhadores do setor de serviços e equivale a R$ 3.607; a indústria aparece com o segundo valor, equivalente a R$ 3.147; e o menor ficará com os trabalhadores do setor primário da economia (R$ 1.922).

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