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Mercado financeiro eleva previsão para a inflação e vê PIB menor em 2021 e 2022



O mercado financeiro revisou para cima a projeção para a inflação em 2021 e 2022, enquanto passou a ver o crescimento mais fraco da economia brasileira, mostra o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 18, pelo Banco Central. A mediana para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou para 8,69% neste ano, ante previsão de 8,59% na edição passada. Foi a 28ª semana seguida de aumento da perspectiva. O BC persegue a meta inflacionária de 3,75% neste ano, com margem de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, ou seja, entre 2,25% e 5,25%. A constante revisão do índice já contamina as expectativas para 2022. As fontes do BC esperam que a inflação encerre o ano que vem com alta de 4,18%, ante 4,17% na semana passada. Foi a 13ª edição consecutiva com aumento. Para 2022, a autoridade monetária nacional persegue a meta de 3,5%, com variação entre 2% e 5%. O IPCA avançou 1,16% em setembro, o maior registro para o mês desde 1994. O resultado levou o acumulado dos últimos 12 meses a 10,25%, a primeira vez que o indicador oficial da inflação ficou em dois dígitos desde fevereiro de 2016.


A pesquisa com mais de uma centena de bancos, corretoras e instituições também mostra a piora da perspectiva de recuperação da econômica doméstica. A estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2021 foi rebaixada para alta de 5,01%, contra a estimativa de 5,04% das últimas semanas. Para 2022, a previsão passou para recuperação de 1,5%, ante 1,54% na edição passada. Apesar da frequente revisão para baixo da perspectiva dos analistas do mercado financeiro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, mantém o discurso de que o país vai crescer acima de 5% neste ano, e ao menos 2% em 2022. O Boletim Focus também mostrou que, para 2023, o mercado espera avanço de 2,1% do PIB, enquanto em 2024 a alta deve chegar a 2,5%.


A pesquisa manteve a previsão para a Selic em 8,25% ao fim de 2021, e 8,75% no próximo ano. O Comitê de Política Monetária (Copom) acrescentou 1 ponto percentual na taxa básica de juros em setembro, elevando para 6,25% ao ano, e indicou nova alta na mesma magnitude no encontro agendado para o fim deste mês. A perspectiva com o câmbio também se manteve inalterada. O mercado financeiro prevê que o dólar encerre este ano cotado a R$ 5,25, mesmo valor estimado para o fim de 2022. A moeda norte-americana passa por um momento de alta em meio ao pessimismo nos mercados internacionais e se mantém acima de R$ 5,50 — a maior cotação em seis meses — com o avanço da inflação e as incertezas fiscais domésticas.

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