Serviço do Centro Hospitalar Municipal proporciona qualidade de vida e atendimento humanizado a pacientes e familiares
O Centro Hospitalar Municipal (CHM) de Santo André passou a contar nesta segunda-feira (27) com um Ambulatório de Cuidados Paliativos. O espaço integra a linha do cuidado humanizado que vem sendo implantada no município. Para ter acesso ao ambulatório, o paciente precisa ser encaminhado de um equipamento de saúde, como unidade de saúde de referência, centro de especialidade ou rede de urgência e emergência.
Com capacidade de atender cerca de 40 pacientes ao dia em cuidados paliativos, inicialmente o espaço realizará atendimento de cerca de 60 pacientes por semana e o aumento vai ocorrer de forma gradativa, de acordo com a necessidade.
"Mais uma evolução no atendimento humanizado aos nossos pacientes, com fundamental importância neste momento em que estamos prestes a superar a pandemia. Garantir acolhimento com dignidade e eficiência é marca do programa Qualisaúde que, desde a sua implantação, vem modernizando os equipamentos de Saúde da cidade", destacou o prefeito Paulo Serra.
Os cuidados paliativos se baseiam em cuidar e valorizar o paciente em sua essência, biografia e crença o auxiliando a viver com dignidade, mesmo tendo alguma condição que possa agravar a sua saúde ou que ameace sua vida.
Dentro de sua estrutura será promovida assistência com uma equipe multidisciplinar composta por médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, fisioterapeuta e nutricionistas.
O atendimento é voltado para pacientes, mas também se estende a familiares e a qualquer pessoa que esteja vinculada ao paciente e que tenha, de alguma forma, sua vida afetada pelo processo do adoecimento.
Além dos serviços oferecidos no local, quando for necessário, o paciente também pode ser encaminhado para a unidade de saúde para passar pelas práticas integrativas com cuidado de reiki, aromaterapia ou musicaterapia.
Capacitação - Os profissionais da rede de saúde passaram por 30 dias de capacitação para que toda a rede municipal de saúde estivesse integrada com o serviço, além de aprimorar o olhar sobre esse modelo de cuidado.
De acordo com a médica geriatra e paliativista, Dra. Leticia Sousa Teixeira Cordeiro, muitas pessoas desconhecem o olhar paliativo. “Gostaríamos de reduzir o preconceito e os paradigmas, além de mostrar que é uma forma de cuidar com amor, cuidar de forma humanizada e proporcionar um olhar individualizado, respeitando as crenças e a biografia daquela pessoa”, explicou.
“Diferentemente de um protocolo de dor torácica, por exemplo, em que um paciente entra em uma unidade de saúde e tem protocolos definidos, o cuidado paliativo tem protocolos personalizados e individualizados objetivando um melhor atendimento. O ambulatório chega para complementar essa rede que já atua há três anos no município. Foi implantado para atender aquele paciente que está em uma fase anterior a que pegamos nas UPAs e nos hospitais, ou seja, é um paciente que não está em critério de internação hospitalar ou domiciliar. Agora essa pessoa terá uma referência para buscar caso haja alguma intercorrência”, completou Dra. Letícia Cordeiro.
Outras ações – Em abril desse ano, um paciente de 63 anos foi internado no CHM com Neoplasia Pulmonar Metastática. O munícipe diariamente reclamava de saudade do seu cachorro, porém devido às complicações da doença não era possível que o paciente fosse retirado do oxigênio e ele foi submetido a cuidados paliativos, sem condições de alta.
Após o diagnóstico, a equipe de humanização decidiu liberar, cumprindo todas os cuidados sanitários exigidos durante a pandemia, a visita do animal de estimação. A iniciativa garantiu alívio para o coração do paciente, em meio ao tratamento.
Estudos apontam que a interação entre cães e pacientes tem efeito calmante e antidepressivo, além da redução da pressão sanguínea e cardíaca, melhoria do sistema imunológico e do bem-estar geral. O CHM iniciou em junho de 2019 as atividades de Pet Terapia em sua unidade pediátrica, mas a ação está temporariamente suspensa por conta da pandemia.
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