A Educação de São Caetano do Sul mobilizou-se para celebrar o Dia Internacional da Mulher com ações de cidadania e cuidado. Na terça-feira (8/3), em evento realizado na EMEF (Escola Municipal de Ensino Fundamental) Luiz Olinto Tortorello, o prefeito José Auricchio Júnior anunciou a distribuição de absorventes para as escolas da rede municipal.
Falando às alunas do 9º ano na qualidade de médico, o prefeito deu uma verdadeira aula sobre o aparelho reprodutor feminino e declarou o compromisso do poder público com a oferta de produtos de higiene às mulheres da cidade, a começar pelas estudantes da rede. “Queremos garantir que vocês tenham condições adequadas de virem à escola em todos os dias do ano.”
Os kits de higiene menstrual já estão disponíveis nas escolas de Ensino Fundamental e Médio e também poderão ser entregues a alunas em vulnerabilidade social que precisarem levá-los para casa. Para a organização desses kits, a Seeduc adquiriu 1700 pacotes de absorventes - outras compras serão feitas de acordo com a necessidade. “As escolas podem reforçar essa cesta com lenço umedecido, desodorante e outros itens, conforme as necessidades identificadas em cada unidade”, acrescentou a secretária de Educação, Minéa Fratelli.
EVASÃO ESCOLAR
O evento contou com palestra proferida pela educadora Márcia Andréa Bonifácio, especialista em educação especial inclusiva e coordenadora do NAAPA (Núcleo de Apoio e Acompanhamento para a Aprendizagem) da Secretaria de Educação da Prefeitura de São Paulo. Respondendo perguntas das alunas, Márcia abordou questões relacionadas a direitos sexuais e reprodutivos, incluindo o que se convencionou chamar de “pobreza menstrual”.
Pobreza ou precariedade menstrual é o termo que descreve a falta de acesso de meninas, mulheres e homens trans a produtos básicos de higiene no período da menstruação. Segundo pesquisa divulgada em 2021, uma em cada quatro adolescentes no Brasil não tem acesso a absorvente durante o período menstrual, recorrendo, por vezes, a alternativas que põem a saúde em risco, como panos velhos, folhas de jornais e até miolo de pão.
Embora a higiene menstrual seja um direito reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) desde 2014, a pesquisa também apontou que, devido à falta de acesso a produtos de higiene, meninas e adolescentes chegam a perder até 45 dias de aula a cada ano letivo.
Agradecendo à palestrante, Minéa Fratelli destacou a importância do Dia da Mulher como oportunidade de conscientização sobre direitos. “Conhecimento é poder. Precisamos conhecer nossos direitos para cobrá-los da sociedade”, disse a secretária às alunas.
CONSCIÊNCIA E CARINHO
Iniciativas de conscientização do valor da mulher na sociedade e gestos de carinho estiveram presentes em outras unidades da rede municipal de ensino de São Caetano do Sul.
Estudantes do 1º ao 5º ano da EMEF (Escola Municipal de Ensino Fundamental) Padre Luiz Capra, por exemplo, confeccionaram cartões, que serão entregues às mães que participarem de reunião na escola. A turminha dos 4ºs e 5ºs anos foi além e produziu cartões em inglês.
A EMEF Prof. Décio Machado Gaia produziu painéis para a entrada da escola com desenhos das crianças do 2º ano. Na EMEF Bartolomeu Bueno da Silva, a professora de Arte Melissa Almeida Sá também produziu lindos cartazes para recepcionar as mulheres e monitorou a confecção de mensagens artísticas pelos alunos e alunas.
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